sábado, 24 de março de 2012

Nas fugas da vida

Durante toda a minha infância, se alguém me perguntasse: 
"O que você quer ser quando crescer?" Ouviria como resposta:  "He-Man". Por que? Sei lá. Talvez porque o cara era grande, forte e sempre salvava todo mundo ou TALVEZ houvesse ali uma explicação Freudiana. Enfim... Depois na adolescência minha meta era outra. Líder de uma banda de rock. Pop Star e morar no Rio de Janeiro. Por que? Ai é que eu não sei explicar mesmo. Devaneios da puberdade TALVEZ. Quando me vi por gente passei um grande período sem pensar em nada, já era tão complicado saber quem eu era que pensar no que eu iria ser já me dava sono. Só que um dia percebi que a ferramenta em que eu usava para fugir de mim poderia me trazer até mim ou pelo menos, ajudar a me levar até a pessoa em que eu me tornaria. Foi de longe a maior descoberta da minha vida. Era como se eu tivesse encontrado a América. Achado um tesouro. Foi fantástico. Mas e ai? O que fazer? Sentei no sofá e olhei para a tal ferramenta e fiquei horas mudando de estacão como se zapeando os canais fosse encontrar a resposta. E encontrei. Tracei um plano e executei. Criei oportunidades e tive minha primeira oportunidade. Aproveitei a oportunidade e aprendi a trazer outras oportunidades. Descobri a felicidade de saber que posso ser feliz fazendo algo que gosto. Foi trabalhando que aprendi que sou SIM um pouco He-Man quando salvo as pessoas da monotonia da vida e as transporto para outro mundo por alguns minutos quando produzo um conteúdo legal. E me sinto SIM um Astro Pop cada vez que os vejo concentrados para entrar em ação. Acredite ou não, é impossível não ser um pouco eles quando se colaborou para que estivessem ali.
Essa semana começou um dos Festivais de Cinema que mais gosto, É Tudo Verdade. Logo que soube, providenciei para conseguir ver o maior número de filmes possíveis e apesar de ter muita vontade não cometerei o absurdo de comenta-los aqui, até porque para isso existem críticos gabaritados nos mercado TODAVIA, não tem como não falar do filme de abertura o sem palavras “Tropicália”. Amigos, é quando assisto um documentário como este, de Marcelo Machado que entendo porque AMO o que eu faço. Quando acabou a exibição do filme na sexta-feira imediatamente iniciou-se em mim (mais uma vez) a coragem de recomeçar minha segunda-feira com esperança. Esperança de fechar bons trabalhos, esperança de começar projetos novos e apaixonantes. Que filme, que montagem. Parabéns Marcelo e toda equipe da Bossa Nova Filmes, definitivamente MARAVILHOSO. É quando se ver algo bom que desejamos coisas boas, ou pelo menos deveria ser assim. No dia em que assisti “Tropicália” de uma certa forma estava mais uma vez fugindo de mim, dessa vez não me refugiei na telinha e sim na telona e mais uma vez foi revelador. Espero que assim como eu, você goste do filme e tenha as melhores e mais grandiosas descobertas, pois em um mundo em que tanta gente não sabe quem É, perceber como É possível ser completo fazendo algo, já É tudo.
Ah, o filme não fala exatamente disso mas, como dizem que Deus escreve certo por linhas tortas, você como eu tirará a lição que precisa.


PS: A propósito, como era corajoso o Caetano em 67 hein? E o Gil? Sem palavras...