quarta-feira, 14 de março de 2012

Terça-feira 13

06:05 Acordo sem respirar, a sensação é que alguém está tentando me enforcar. Levanto da cama, caminho no quarto e a sensação só aumenta.
06:15 Resolvo tomar meu antialérgico conforme orientação médica mas, de nada resolve.
06:20 Pego o telefone e ligo para a pessoa mais próxima a mim.
_ Alô Débora?
_ Alô quem é?
_ Sou eu... Me ajuda que não tô legal, tô passando muito mal e não consigo respirar...
E com a calma de um anjo e  a sensação de Dejavú ela completa:
_ Fica calmo que estou indo ai.
06:30 Já estou na calcada de dente escovado, cueca limpa e perfume. (não me pergunte o porque, sempre achei que por pior que seja a situação limpeza é fundamental)
O carro para, eu entro e ela me pergunta assustada:
_ Mas o que foi que aconteceu dessa vez? 
_ Não consigo respirar, acho que a medicação que a médica me receitou não foi o suficiente.

Há uma semana atrás, tive uma amigdalite e o médico me receitou antibiótico. Tomei por uma semana e já no final da medicação (domingo 11) tive uma crise alérgica. Em consulta no pronto-socorro, uma médica me examinou e constatou pela MEGA irritação da minha pele que estava intoxicado. O que ela me receitou? O mesmo remédio que tomo para renite com o mesmo miligrama, ou seja, 2 mg para um ser com uma SUPER intoxicação.
Então, não deu outra...
Aonde vamos agora, eis a questão!
_ Já sei... Lembrou Débora 
_ Vamos no HC, já trabalhei para eles e lá você será bem atendido. 
 Então seguimos.
06:40 Chegamos e a sensação era de que o Jô Soares estava sentado em meu peito tocando bongô. A garganta fechava cada vez mais e a única coisa em que eu conseguia pensar era que se saísse dessa com vida, iria comer um hot dog vegetariano.
06:50 Uma enfermeira começa a transitar na sala do PS em busca de uma chave. Segundo ela, não poderia fazer a ficha de ninguém porque tudo o que precisava para fazer o primeiro atendimento estava na tal sala.
07:15 A sensação era horrível, enquanto a bendita da enfermeira estava parada (agora dentro da sala, se organizando para nos chamar) eu já estava me preparando para berrar, afinal ia morrer mesmo.
07:20 Depois de uma “conversa” amigável entre a Débora e a tal enfermeira ouço uma voz me chamando.
_ Senhor Iremar...
Entro e sento na cadeira a sua frente.
_ O que o Senhor está sentindo? Pergunta
O QUE EU ESTOU SENTINDO??? 
Juro por Deus, que a vontade que tive foi de dizer:
_ Estou sentindo vontade de quebrar sua cara, sua vaca gorda imprestável, fdp!!!!
Mas.... Resolvi cumprir o protocolo:
_ Estou intoxicado e tal.... tal... tal...
E depois de 20 minutos respondendo a perguntas que deveriam estar sendo feitas já pelo médico, ela se convenceu de que eu merecia a etiqueta amarela, que me beneficiaria com a urgência. 
E depois?
Ah, depois só me lembro que me colocaram em uma cadeira de rodas e numa mistura de Grey's Anatomy com Doctor House três médicos e duas enfermeiras me picaram os braços (simultaneamente) e injetaram trocentos mil medicamentos que me causaram milhares de sensações.
09:20 Lembro da hora porque quando comecei a sentir meu corpo de novo, abri os olhos e tinha o relógio na minha frente.
Olhei em volta, e constatei que tive sorte porque além de poder abrir os olhos novamente podia enxergar a equipe. E que equipe hein.... Deus abençoe o HC. Não faço questão de voltar mas, se voltar quero pelo menos estar em uma outra condicão para poder prospectar um pouco.

Dessa escapei. Obrigado à todos no HC (menos a vaca gorda imprestável).