segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Okay, e agora o que é que eu faço?


A mente humana é definitivamente uma caixinha de surpresas.
Não faz muito tempo eu estava conversando com uns amigos e comentamos que todo mundo têm um defunto debaixo da cama. Passado alguns dias, fiquei fora por conta do Natal e retornei hoje segunda-feira 26/12 pela manhã para casa. Entrando no meu prédio, fui logo abordado pelo meu zelador na portaria dizendo que precisava conversar comigo e era muito importante.
Bom, vindo do Zé (o zelador) tudo Sempre é muito importante mas, dessa vez junto com sua habitual frase, tinha também uma expressão tensa e uma voz gaguejante o que me deixou muito apreensivo.
"Pode fala Zé”
Ele respira e começa:
“Então, estamos com um problema. O morador do prédio ao lado, já veio aqui três vezes atrás de você”.
E eu com cara de ‘quem é você’ pergunto:
“Mas quem é esse cara?”
Ele completa:
“Não sabemos, ele diz que um cara do 14 andar o filmou e ele está muito nervoso. E quer acertar as contas com você. Já veio três vezes aqui sempre drogado e de madrugada fazendo escândalos na portaria.”
E eu agora com cara de ‘Oi’ continuo:
“Mas quem é esse cara? Que história maluca é essa?”
E para completar a história absurda recebo uma descrição do perfil do tal morador:
“Ah, ele é aquele cara que vez ou outra bate na mulher e acorda a rua inteira com aquela gritaria, já ouviu? “
Apesar de não entender patavinas sobre o que estava acontecendo, chego a lembrar de um episódio do tipo, mulher gritando... marido possivelmente batendo e completo:
 “Mas e ai? Como ele sabe onde eu moro? De onde ele tirou essa história que eu o filmei? “
E o Zé:
“Não sei, ele disse que contou as janelas do prédio e sabe que você mora nesse andar e que estava com uma câmera filmando eles e o pior...”
“E o pior? E ainda tem o pior???” completo.
“É que ele sempre vem aqui locão e pela madrugada fazendo escândalo tentando invadir o prédio. Dá última vez até ameacei chamar a polícia”.
E diante de todo esse despropósito finalizei:
“Não faço a menor idéia do que está acontecendo mas, espero que os porteiros de plantão não tenham dito meu nome e nem dado nenhuma informação a meu respeito”.

Concluí a louca conversa e subi para meu apartamento tentando entender o que estaria acontecendo mas a única coisa que vinha em mente era:

QUE PORRA É ESSA!

Bebo água, ligo o computador e começo a checar os e-mails e as mensagens mas sem conseguir me concentrar direito por conta da grande interrogação na testa.
Depois de desmarcar algumas fotos no Facebook (aliás, pratica esta que eu detesto que façam #Ficaadica) li uma mensagem do meu amigo editor Vini, que estava montando um documentário para mim e como flash entendi tudo.
Certo dia, estava eu decupando umas imagens para edição quando me dei conta que precisava de um insert de pôr do Sol (nesse trabalho em especial, nascer do Sol, mas nada que a edição não desse jeito) e então abro as cortinas da sala da minha casa, monto o tripé e posiciono a câmera e deixo lá com rec ligado por 10 minutos até que o Sol se vá de vez.
Detalhe, o Sol se põe em sentido quase que contrário ao prédio do sujeito em questão, fato constatado por mim depois checando as imagens. Porém, consegui ligar toda a “trama” maluca.  
Não é só possível como compreensível o pânico do cara (levando em conta a história do Zelador de que ele bateria na mulher). 
Quem deve têm mania de perseguição, Sempre. Agora o sujeito acredita que “alguém” tem provas contra ele e que acertar as contas. Só que no caso esse “alguém” sou eu, que estava apenas gravando um pôr do Sol e não ‘filmando’ mais um caso Maria da Penha para o Datena.
É mole?
E eu achando que a pior coisa que poderia me acontecer nesse final de ano era ter que assistir mais um especial inédito do Roberto Carlos.