quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A arte da saudade


Exatamente há trinta anos, quando ainda tinha 3 anos de idade, pude presenciar a primeira grande perda do Brasil. Eu não entendia o que estava acontecendo, apenas percebi que determinado LP (vinil) já não tocava mais na radiola como de costume. Com o tempo a nostalgia passou a ser companheira da minha mãe que sempre que cantarolava, corria para ver as lagrimas que rolavam cada vez que cantava Maria Maria.
Foi com a Elis que as minhas mães (consangüínea e adotiva) educaram meu ouvido musical numa curiosa coincidência. Cresci ouvindo tudo de Elis Regina e até hoje faz parte do meu set list. Pura Paixão.


Há alguns anos atrás fazia a produção musical do Programa de TV "A Casa é Sua" do Clodovil e nessa mesma época estava sendo lançado pela TRAMA um DVD especial com Programa Ensaio – Gravado na TV Cultura em 1973. 
Na oportunidade o João Marcello Bôscoli mandou entregar em minha casa um exemplar desse espetacular registro. É sem dúvida o melhor programa que Elis fez. Não falta emoção, entrega, nem amor. 
Cada vez que ouço Elis, ouço paixão. Cada vez que vejo Elis, vejo emoção. Cada vez que falta Elis, falta talento na minha opinião. E mesmo depois de muitos anos ainda é assim.
Infelizmente depois dela, poucas com talento vieram mas, graças à tecnologia podemos desfrutar de sua obra para sempre. 
Todo ano nessa data revivo a saudade de um dia em que não entendia a vida mas, estava sendo apresentado com fervor.
Meus mais sinceros sentimentos a quem sentiu a dor, todavia não posso negar que foi na voz dela que conheci o amor.